"LIBERDADE NA VIDA É TER UM AMOR PRA SE PRENDER" (F. Carpinejar)
ai de mim que sou assim...
quando essa saudade me largar, deixarei ele se aproximar.
e vou revelar um segredo que só eu sei...uma mania de banho. coisa minha.
vou fazer bolas de sabão e novas chaves.
e se ele rir de mim vendo filme de terror, terei a certeza de que chegou.
de braços abertos direi,
cuida de mim, meu novo amor.
domingo, 26 de setembro de 2010
primavera
bem-vinda primavera.
Cortar o tempo
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente
(C.D. de Andrade)
a arte do desencontro
fresquinho, do consultório poético de carpinejar.
(uma moça se incomoda com a "separação amigável", essa velha da maçã, que sob a boa aparência, pode se revelar a mais cruel das situações para um casal que decide trilhar rumos diferentes).
"Querida Cecília
Eu também fico intrigado com a separação amigável. É a que mais machuca na verdade. Porque não há catarse, explosão, exorcismo. É um acordo contido, vizinho de porta da indiferença. Aceitam que não deram certo e tomam caminhos contrários. Ajudam inclusive na mudança. Não se importam muito em perder o futuro a ponto de jorrar culpa e maldizer os bons modos. Quer algo mais irritante do que alguém educado numa despedida? A vontade é chacoalhar os ossos do vivente. Que seja cínico, nunca educado.
Não concordo com sua teoria que é melhor acabar antes do ódio. Eu somente acabo quando odeio e ainda assim devoro todas as sobras, testo a paciência. Não deixo nada no prato, raspo com a colher. Odiar é uma rara chance de reconciliação. Vocês não foram nem capazes de se odiar, que amor é esse?
Por vezes, reprimimos o nosso temperamento para agradar. (...)
O amor não é para os equilibrados. Não somos feitos para nos encaixar, mas para arrebentar as caixas. (...)
Seduzir é cutucar, esbarrar, encher o saco, expor as fantasias, ensaiar aproximações novas, não desistir da personalidade, contrariar as expectativas, fazer drama para despencar na comédia. A tara pede exclusividade. O sexo depende do conflito.
Ser a melhor pessoa é uma ofensa para mim, desejo ser a pessoa predileta, a pessoa necessária".
...........
grifos meus.
talvez a vida seja a arte do desencontro, embora haja tanto encontro pela vida.
ahow!
....
(uma moça se incomoda com a "separação amigável", essa velha da maçã, que sob a boa aparência, pode se revelar a mais cruel das situações para um casal que decide trilhar rumos diferentes).
"Querida Cecília
Eu também fico intrigado com a separação amigável. É a que mais machuca na verdade. Porque não há catarse, explosão, exorcismo. É um acordo contido, vizinho de porta da indiferença. Aceitam que não deram certo e tomam caminhos contrários. Ajudam inclusive na mudança. Não se importam muito em perder o futuro a ponto de jorrar culpa e maldizer os bons modos. Quer algo mais irritante do que alguém educado numa despedida? A vontade é chacoalhar os ossos do vivente. Que seja cínico, nunca educado.
Não concordo com sua teoria que é melhor acabar antes do ódio. Eu somente acabo quando odeio e ainda assim devoro todas as sobras, testo a paciência. Não deixo nada no prato, raspo com a colher. Odiar é uma rara chance de reconciliação. Vocês não foram nem capazes de se odiar, que amor é esse?
Por vezes, reprimimos o nosso temperamento para agradar. (...)
O amor não é para os equilibrados. Não somos feitos para nos encaixar, mas para arrebentar as caixas. (...)
Seduzir é cutucar, esbarrar, encher o saco, expor as fantasias, ensaiar aproximações novas, não desistir da personalidade, contrariar as expectativas, fazer drama para despencar na comédia. A tara pede exclusividade. O sexo depende do conflito.
Ser a melhor pessoa é uma ofensa para mim, desejo ser a pessoa predileta, a pessoa necessária".
...........
grifos meus.
talvez a vida seja a arte do desencontro, embora haja tanto encontro pela vida.
ahow!
....
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
vivo em carne viva
"o espírito que atravessa a perda e então volta para o amor, e para o amor de novo"
(clarissa p. estés em "a ciranda das mulheres sábias")
eis o percurso de um legítimo e profundo aprendizado: a travessia da perda. perder algo ao qual vc por tanto tempo impregnou de afeto e memória e alegria é num primeiro momento desesperador. e num segundo momento também. talvez pormuito tempo, só que a intensidade vai diminuindo. até desaparecer. e a perda vira uma entidade amorosa, você passa amar essa travessia ao novo e ao inesperado. e enfim, tomadas de súbido pela ternura vinda da dor mais doída, agradecemos.
a perda é uma grande viagem. nos desestabiliza e nos obriga a gritar de dor. o grito da ave de rapina de clarice, irrizada e intranquila. grito de dor e de cura, que nos indaga: o que fazer agora? e nos empurra para o vazio.
movimente-se, menina. chore mil lágrimas e depois sorria. sorria mil sorrisos e chore um pouco. mas siga sempre. admire o espanto de ser quem você é.
clarice tb diz: "vivo em carne viva. por isso procuro tanto dar pele grossa a meus persongens. só que não aguento e faço-os chorar à toa".
ai ai...isso não é um lamento. mas é muito parecido.
(clarissa p. estés em "a ciranda das mulheres sábias")
eis o percurso de um legítimo e profundo aprendizado: a travessia da perda. perder algo ao qual vc por tanto tempo impregnou de afeto e memória e alegria é num primeiro momento desesperador. e num segundo momento também. talvez pormuito tempo, só que a intensidade vai diminuindo. até desaparecer. e a perda vira uma entidade amorosa, você passa amar essa travessia ao novo e ao inesperado. e enfim, tomadas de súbido pela ternura vinda da dor mais doída, agradecemos.
a perda é uma grande viagem. nos desestabiliza e nos obriga a gritar de dor. o grito da ave de rapina de clarice, irrizada e intranquila. grito de dor e de cura, que nos indaga: o que fazer agora? e nos empurra para o vazio.
movimente-se, menina. chore mil lágrimas e depois sorria. sorria mil sorrisos e chore um pouco. mas siga sempre. admire o espanto de ser quem você é.
clarice tb diz: "vivo em carne viva. por isso procuro tanto dar pele grossa a meus persongens. só que não aguento e faço-os chorar à toa".
ai ai...isso não é um lamento. mas é muito parecido.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
sigo sorrindo
"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doídos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"
(C. Chaplin)
...sorrindo e distraindo a dor caminho, pois "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"...
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doídos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"
(C. Chaplin)
...sorrindo e distraindo a dor caminho, pois "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"...
sábado, 4 de setembro de 2010
este silêncio dentro de mim...
"A solidão entre nós, este silêncio dentro de mim
É a inquietude de viver a vida sem você"
(la solitudine - r. russo)
......
a solidão. o nós. o silêncio. o mim.
a inquietude. a vida. o viver.
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