sexta-feira, 24 de setembro de 2010

vivo em carne viva

"o espírito que atravessa a perda e então volta para o amor, e para o amor de novo" 
(clarissa p. estés em "a ciranda das mulheres sábias")

eis o percurso de um legítimo e profundo aprendizado: a travessia da perda. perder algo ao qual vc por tanto tempo impregnou de afeto e memória e alegria é num primeiro momento desesperador. e num segundo momento também. talvez pormuito tempo, só que a intensidade vai diminuindo. até desaparecer. e a perda vira uma entidade amorosa, você passa amar essa travessia ao novo e ao inesperado. e enfim, tomadas de súbido pela ternura vinda da dor mais doída, agradecemos.

a perda é uma grande viagem. nos desestabiliza e nos obriga a gritar de dor. o grito da ave de rapina de clarice, irrizada e intranquila. grito de dor e de cura, que nos indaga: o que fazer agora? e nos empurra para o vazio.

movimente-se, menina. chore mil lágrimas e depois sorria. sorria mil sorrisos e chore um pouco. mas siga sempre. admire o espanto de ser quem você é.

clarice tb diz: "vivo em carne viva. por isso procuro tanto dar pele grossa a meus persongens. só que não aguento e faço-os chorar à toa".

ai ai...isso não é um lamento. mas é muito parecido.

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