coisa mais filosófica é uma caixinha de achados e perdidos. volta e meia vasculhamos, como a nós mesmos, para ver se encontramos alguma coisa. às vezes sabemos o que buscamos, às vezes não, mexemos e remexemos só pra ver se achamos algo nosso. uma vez ou outra, com tímida esperança de encontrarmos não sabemos o quê, olhamos pra dentro. quase sempre saímos de mãos vazias, e com um vazio maior ainda, mesmo quando não estamos procurando nada em especial. só estamos a procurar.
a caixa de achados e perdidos foi feita pra isso, para a procura. por isso deve ser vista, mexida, vasculhada. só que na maioria das vezes a revista é displicente. ainda sim, há momentos em que sua simples existência é motivo de alívio, pois tudo o que mais queremos é que exista ainda um lugar onde ao menos possamos procurar. onde mexer com ou sem cuidado. ela nos dá esperança de encontrarmos o que perdemos. então a procura pode ser mais insistente e demorada, pq pode ser só uma esperancinha de nada, mas existe. se achamos, é como tirar na loteria, pura sorte. mas se os segundos passam e nada aparece, daí olhamos pros achados e perdidos dos outros meio desanimados, tantos objetos estranhos a nós e nada de nosso ...e desistimos tristes, deixando aos outros que venham buscar seu esquecimento.
nos achados e perdidos encontramos memórias, pertences estranhos. e se por sorte nos achamos perdidos, nos perdemos nos achando. feita para ser procurada. feita para ser achada. feita para os perdidos de si meso. pedaços de nós andam em caixinhas por aí, a nossa espera, certamente.
Amiga, seu texto me fez lembrar aquela caixinha que "Amelie Poulain" acha num esconderijo no banheiro... por trás de um azulejo, vc lembra? Assim como me lembrou também as gavetas dos corpos de Salvador Dali! Adorei querida! Beijos
ResponderExcluirNa minha caixinha tem achados de vida. Os perdidos nunca saberei onde escondi...
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